quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Mario Filho : O criador do termo "Fla-Flu"

Mário Rodrigues Filho, mais conhecido por Mário Filho (Recife, 3 de junho de 1908 — Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1966) foi um importante jornalista e escritor brasileiro.
Nascido na capital pernambucana, Mário Filho transferiu-se para o Rio de Janeiro ainda durante a infância, em 1916. Iniciou a carreira jornalística ao lado do pai, Mário Rodrigues, então proprietário do jornal A Manhã, em 1926, como repórter esportivo, um ramo do jornalismo ainda inexplorado. Entusiasta do futebol, Mário Filho dedica páginas inteiras à cobertura das partidas dos times cariocas. Em Crítica, segundo jornal de propriedade de seu pai, Mário revolucionou o modo como a imprensa mostrava os jogadores e descrevia as partidas, adotando uma abordagem mais direta e livre de rebuscamentos, inspirado no linguajar dos torcedores. Vem desta época a popularização do "Fla-Flu", expressão que muitos julgam ter sido criada pelo próprio Mário.

Aos dezoito anos de idade casou-se com Célia, que conheceu na praia de Copacabana e que foi seu grande amor por toda a vida.
Após a morte de seu pai e o fim de Crítica (que dirigiu por poucos meses), Mário fundou aquele que é considerado o primeiro jornal inteiramente dedicado ao esporte do Brasil, O Mundo Sportivo, de curta existência. No mesmo ano (1931) passa a a trabalhar no jornal O Globo, ao lado de Roberto Marinho, seu companheiro em partidas de sinuca. Leva para o jornal o mesmo estilo inaugurado em Crítica e ajuda a tornar o futebol -- então uma atividade da elite -- um esporte de massas. Em 1932, o Mundo Sportivo organiza o Concurso de Escolas de samba.

 Em 1936 compra de Roberto Marinho o Jornal dos Sports Lá, Mário criou os Jogos da Primavera em 1947, os Jogos Infantis em 1951, o Torneio de Pelada no Aterro do Flamengo e o Torneio Rio-São Paulo, que cresceu e se tornou o atual Campeonato Brasileiro. Os outros esportes, como as regatas e o turfe, também mereciam de Mário uma cobertura apaixonada.
No final dos anos 40, Mário lutou pela imprensa contra o então vereador Carlos Lacerda, que desejava a construção de um estádio municipal em Jacarepaguá, para a realização da Copa do Mundo de 1950. Mário conseguiu convencer a opinião pública carioca de que o melhor lugar para o novo estádio seria no terreno do antigo Derby Club, no bairro do Maracanã, e que o estádio deveria ser o maior do mundo, com capacidade para mais de 150 mil espectadores.
Consagrado como o maior jornalista esportivo de todos os tempos, Mário faleceu de um ataque cardíaco, aos 58 anos. Célia suicidou-se poucos meses depois. Em sua homenagem, o antigo Estádio Municipal do Maracanã ganhou o nome de Estádio Jornalista Mário Filho.

O grande teatrólogo e cronista Nélson Rodrigues, irmão de Mário Filho, homenageou-o com o jargão "o criador de multidões", pela sua importância na popularização do futebol no Rio de Janeiro e no Brasil .

Através de O GLOBO, Mário Filho passou a promover o Fla-Flu. Inventou o campeonato de torcidas. Na semana de cada jogo estimulava os torcedores a se superarem. Os grupos mais criativos, mais festivos e mais organizados ganhariam taças e medalhas. Premiava o primeiro torcedor a chegar no estádio. Sorteava uma geladeira entre a torcida. Rubro-negros e tricolores despertaram e começaram a aparecer o mar de bandeiras, os torcedores uniformizados, as charangas e, nos jogos noturnos, as lanternas, os fogos e os balões, tudo com as cores de Flamengo e Fluminense. Os torcedores levavam tambores de escola de samba, pratos de banda militar, clarins e até sinos. Mario Filho transformou o domingo de Fla-Flu num domingo de carnaval. 
Mario Filho apenas nao inventou a sigla. Tudo o mais no Fla-Flu moderno foi inventado por ele. Folclorizou torcedores ilustres de cada time e transformou o passado do jogo Flamengo e Fluminense numa saga. Quando escrevia sobre o 'Fla-Flu de 1919', era como se estivesse contando um capítulo da história mundial. E, quando parecia que o interesse pelo jogo começava a decair, algo acontecia que reativava o seu mistério.

Como o Fla-Flu da decisão de 1941, disputado no campo do Flamengo, já na Gávea - em que o Fluminense, para segurar o empate que lhe daria o campeonato, faltando seis minutos de jogo, começou a chutar a bola para a lagoa Rodrigo de Freitas, torcendo para que ela nao voltasse e o jogo nao acabasse. Os remadores do Flamengo caíam na água, pescavam a bola e a devolviam ao campo, mas o Fluminense a chutava de novo na lagoa. O cronometrista (que o futebol ainda usava) parava o relógio, mas, depois de algum tempo, ninguém mais sabia quando os benditos seis minutos deviam acabar. Mário Filho transformou aquilo no "Fla-Flu da Lagoa" e escreveu páginas a respeito - que até o torcedor do Flamengo adorava ler, embora o Fluminense tivesse acabado campeão".

O Fla-Fla só é Fla-Flu porque Mário Filho existiu....



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